quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Como foi 2008!?!?!?!?!?!?!?

Um ano marcado pelo aprendizado, marcado pelas pessoas especiais que convivi. Espero um dia olhar para trás e rir de tudo que passou e me inspirar para nunca mais cometer os mesmos erros, apesar de que se tivesse a oportunidade de voltar no tempo, faria tudo igual...

Um ano que eu conheci novas pessoas e perdi contato com outras, e descobri que a vida é um ir e vir sem razão mesmo...

Um ano que cresci como homem e amadureci para a vida, criei novas responsabilidades, perdi o juiz em outros aspectos...

Um ano que vivi intensamente, fiquei trsite, dei risada, caçoei dos outros, mas também fui caçoado...

Um ano que foi marcado pela passagem de pessoas e momentos especiais que não precisam ser lembrados por fotos, pois, pessoas e momentos especiais são guardados na memória...

Um ano que aprendi que por mais que se ame, você pode não ser correspondido, ou pior, ser correspondido e não dar certo...

Um ano que cada erro valeu uma experiência, cada acertou valeu uma conquista...

Mas se você me perguntar se valeu à pena, te responderei: tudo vale a pena se a alma não é pequena.

Fernando Zonta

domingo, 2 de novembro de 2008

O Crime Perfeito

Chuva.

Trovão.

Não acreditei em nenhuma palavra que ele dissera no quarto. Sua raiva espumante parecia insaciável conforme ele falava sobre a traição de Carmen. Embora eu também não acreditasse que ela seria capaz de tal ato, eu pensava, pelo menos, que o instinto assassino de marido nunca iria tomar seus pensamentos daquela maneira.

Matar?
Ele não seria capaz de matá-la. Pelo menos não naquela noite...

Saí do quarto, antes que terminasse a promessa de vingança. Desci as escadas. Saí correndo, rasgando pelo ar e atravessando a porta da frente como se ela não estivesse lá.

Chuva.

Eu precisava vê-la, alcançá-la antes que...

Trovão.

Atravessei a rua correndo, encharcando meu sobretudo preto a cada passada. Olhava no relógio incessantemente e rezava para que ela ainda estivesse a salvo. Não que eu acreditasse em Deus, mas era inevitável pensar que o pior podia acontecer.

Poça d'água.

Cheguei na frente do prédio enfim. Estava arfando, molhado.
Enxuguei os óculos tão fortemente que quase cheguei a quebrar. Bati na porta.

Nada.

Bati novamente e não obtive resposta. Corri para o lado da parede de pedra até a janela escura. Olhei pelo vidro e a vi, deitada no chão, ensangüentada.

Não era possível. Não havia dado tempo para a execução. Eu tinha saído antes dele, sabia disso. O desepero tomou ocnta de minhas ações. Voltei a porta e a arrombei violentamente, sem pensar nos danos ao meu braço que, àquela altura, já não me obedecia.

Cheguei a sala, mas ela não estava lá.

- Me enganei? Não... impossível. Ela estava aqui. Deitada no chão...Carmen...CARMEN!

Disparo.

Um mar de fogo pareceu inflamar minhas costas. Minha visão ficou turva como a chuva que caía do lado de fora. Meus braços, minhas pernas... a dormência era estranha, incomum. Era como se uma névoa negra me envolvesse ao poucos e completamente. Caía no chão tão vagarosamente que meu tempo pareceu parar.

Me virei finalmente e a vi, em pé, com a arma na mão.

- Carmen...

Não entendi nada o que havia acontecido. Não entendi o ódio falso do marido minutos atrás. Não entendi o sangue em seu corpo que nunca havia estado lá. Não entendi a dor que sentia. Não entendi mais nada.

Só descobri que a armadilha que havia caído tinha sido perfeita.

Trovão.

Chuva.

Eduardo Escames

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O fim passional

Era noite fria, a lua era ausente, as trevas reinavam sobre o local escolhido, um cemitério. Na época tinha quinze anos e amava ir ao cemitério, encontrar a turma, beber, fumar e assistir à conquista dos meus amigos. Para eles a 'mulher perfeita' era a defunta, pois, não resistia aos encantos impostos por eles.

Naquele dia não foi diferente, sai com a turma e curti mais uma aventura rotineira. Só que desta vez Ronald, o mais galanteador, apaixonou-se pela morena esguia que havia conquistado.

Ele conquistou-a e obteve-a, mas mal ele sabia que esta moça era diferente das outras. Na manhã seguinte, ele não se sentia bem, precisava ter a morena, o passional tomou conta dele, ele enlouqueceu a ponto de levá-la para sua própria casa.

Agora ele a possuía nos braços, mas era sempre monótona a relação, nunca variava, ele a queria mais próxima, mas como ressuscitar uma morta? Ainda não descobri, nem ele. Ronald era prático, sendo assim a solução veio de imediato: morte.

Às vezes lembro-me daquela cena: peito aberto com sete facadas, estirado no chão, perto da morena amada. Logo que volto da viagem dos meus pensamentos vejo que tudo não me importa mais, pois, um dia vai aparecer a minha morena e este dia será o meu fim e ai dormirei em paz.


Fernando Zonta.